Crítica: Moana



Lançamentos como Valente e a recente febre de Frozen - Uma Aventura Congelante nos remete ao que chamamos de renascença da Disney. Se na década de noventa, a Disney voltou a produzir importantes filmes como A Bela e a Fera, Mulan e Pocahontas, atualmente está dando espaço a uma diversidade que não era tão aparente antes, mas muito bem-vinda. Entre os expoentes da nova geração, está o excelente Moana - Um Mar de Aventuras, cuja protagonista é uma verdadeira heroína.



Moana é a filha do chefe de uma tribo da Polinésia, que há algumas gerações vive feliz na mesma ilha. Quando curiosos problemas acometem a ilha - como falta de peixes e vegetação escurecendo - e ninguém sabe a solução, a vó de Moana conta sobre uma antiga lenda, de que há muitos anos o semideus Maui teria roubado o coração de Teh Kah e, assim, provocado mudanças negativas pelo globo. Moana, que sempre se sentiu muito atraída pelo mar e acaba descobrindo um grande segredo sobre seus ancestrais, parte em uma verdadeira aventura em busca do semideus Maui para, juntos, devolverem o coração da divindade e salvarem a tribo.



A história de Moana é essencialmente uma aventura e, para isso, não é necessário uma princesa indefesa ou sequer um interesse romântico. Moana é uma menina decidida, corajosa e, apesar de querer desbravar o mar desde pequena, sempre coloca os interesses da tribo em primeiro lugar, mostrando que será uma excelente chefe no futuro. Por outro lado, seu companheiro de aventuras é ninguém menos que Maui, um semideus bastante exibido - apesar de fora dos padrões 'físicos' que se espera de um semideus - que, veja só, tem características boas e ruins, assim como Moana. Ora Maui é despreocupado, ora debochado, ora amigo e ora preocupado em ajudar, talvez acrescentando mais um feito às suas inúmeras tatuagens. Por falar em dualidade, um dos aspectos mais notáveis do filme é justamente a mensagem final, que foge do maniqueísmo típico da Disney e se aproxima de mensagens espirituais não tão óbvias que são recorrentes em filmes do Studio Ghibli, por exemplo.

Além dos personagens em geral serem bem interessantes, é importante destacar como a cultura tribal é representada em Moana: as histórias, as tatuagens, os traços étnicos, as lendas, tudo retratado em músicas cativantes que despertam ainda mais a curiosidade do espectador. Destacam-se as músicas You 're Welcome (Dwayne Johnson, no original), How Far I’II Go (por Auli'i Cravalho) e Shiny (por Jemaine Clement), esta última uma cena que eu até achei deslocada, mas não posso falar mal depois de ouvir algumas mil vezes o glam rock inspirado no David Bowie. Para criar essa atmosfera lúdica e tropical, a equipe do filme nos entrega um trabalho de excelência técnica, em que a água é animada como um ser próprio e há riqueza nos detalhes tanto no fundo do mar quanto nas expressões dos personagens.



Com uma história divertida e mensagens importantes, certamente Moana - Um mar de aventuras (e que mania persistente de colocar subtítulos!) é um filme diferenciado, seja por sua qualidade técnica, seja por, com a maior naturalidade, retratar o significado da palavra "empoderamento". Moana é um ótimo filme de aventura, que a princípio é tão bom como tantos outros da Disney, mas tal como o oceano, guarda diversos significados nas profundezas.
Crítica: Moana Crítica: Moana Reviewed by Victória on 17:33 Rating: 5

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